Mais de 40 anos depois do fim, The Beatles ainda surpreende
Clinton Heylin é um jornalista e pesquisador inglês que o Irish Independent definiu como “o maior biógrafo do mundo do Rock”. Sobre os Beatles li quase dez livros, muita porcaria, admito, no entanto, no bolo, estão o clássico “A Vida dos Beatles” de Hunter Davies (a única biografia autorizada da banda), o sensacional “Many Years From Now”, magistral tijolaço de 720 páginas escrito por um grande amigo de Paul McCartney, Barry Miles e “Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band – um ano na vida dos Beatles e amigos”, de Clinton Heylin. Estou relendo este.
A releitura está sendo crucial (no momento em
que articulo minha própria obra com micro-biografias críticas e comentadas de
pessoas do Rock) porque revela fatos que, sinceramente, passei por cima naquela
ansiedade da primeira leitura.
Pois está lá na página 109: “Quando ele (Macca)
apareceu no dia 1º.de fevereiro (de 1967) com uma canção-título para o álbum, “Sgt.
Pepper´s Lonely Hearts Club Band”, George Harrison ficou aliviado, achando que
enfim tinha um papel a desempenhar com a robusta guitarra solo prevista na
composição.
“No entanto, depois de sete horas tentando gravar o
solo de Harrison, McCartney decidiu que ele mesmo tocaria essa parte e, sem se
preocupar com uma eventual recriminação, foi adiante e gravou o seu próprio
riff”.”
Essa informação foi confirmada pelo próprio Paul em
2004. Ou seja, a fantástica guitarra que abre o álbum que dividiu a história do
Rock (ouça lá embaixo), que todos julgávamos ser de George Harrison, é de Paul
McCartney, que a partir de Sgt. Peppers (ele admite no livro) passou a assumir
o controle da banda.
Por que? Porque Lennon, já envolvido com Yoko Ono não
estava apenas de saco cheio de ser um beatle. Acima de tudo ele não estava
conseguindo compor músicas de qualidade. Ringo Starr já estava alheio e ainda
bate pé afirmando que a bateria de “A Day in The Life”, é dele sim. E George
Harrison continuava expondo publicamente o que chamava de rejeição de Lennon &
McCartney as suas músicas.
Fato é que, em praticamente todas as biografias, Lennon
e Harrison dizem que só fizeram lixo nos Beatles. Atacaram o tempo todo numa
inútil tentativa de defesa. Ringo? Era só fastio enquanto que Paul, até o
último segundo da existência dos Beatles, lutou pela banda, acreditou na banda
e se tornou a banda.
Isso é fato!
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