Fim das lojas de discos e das locadoras de vídeo abre um abismo cultural



                                   


https://www.youtube.com/watch?v=iav0MhipdtM&  list=PLIw0u5BOwbFzsuKCEfJr6JYi8RjUHJ_tY&index=17



Copie o link acima e cole no seu navegador. O vídeo que passa foi feito em 1987. Eu trabalhava na Rede Manchete de Televisão como diretor de programas musicais e, também, como redator e repórter do programa Schock, dirigido por Dario Menezes, com produção de Suzana Furtado. Programaço. Pois é, nesse vídeo, parte de uma matéria que fiz no estúdio do músico e produtor Liminha sobre a gravação de “Katia Flávia”, sucesso de Fausto Fawcett, que também participa do papo mais para o final.

Tudo para dizer que nos tempos do disco de verdade, o de vinil (prefiro o CD), havia um culto. Aqueles que pegaram o LP , sentiram o cheiro de tinta, leram as letras na contracapa, hoje são considerados “consumidores raros”. Por que? Leiam:

A internet está acabando com as lojas de discos em todo o mundo. Um conhecido tem uma loja no Rio e me disse que “tenho trabalhado com produtos diferenciados, como discos de vinil de excelente qualidade e caixas de CDs raras”. Ou seja, ele está investindo (e felizmente se dando  bem) investindo no público colecionador, nas pessoas que gostam de ir a loja de discos, ver, pegar, conversar, enfim, veem o disco como “peça de colecionador”.

Quem conseguir achar esse nicho e investir nele vai escapar da foice da internet que vende músicas através de downloads. Não para mim porque quando compro um álbum, compro um conceito. Músicas interligadas, capa, ficha técnica e, obviamente, a qualidade de som. E, vamos combinar, que a qualidade de som do MP3 e similares ainda tem muito o que melhorar. Meu formato preferido é o CD (não gosto de vinil porque não tenho paciência para trocar de lado, aturar estalos, mudar agulha, enfim, admiro quem ama, mas estou fora) ou, então, o que ouço em canais de música que armazenam, literalmente, milhões de discos que a gente escolhe para ouvir. Os maiores do planeta (disponíveis por aqui) são o Rdio (acesse www.rdio.com) e o Spotify (acesse www.spotify.com). É só se cadastrar e, imediatamente, ouvir qualquer coisa. 

Isso mesmo, qualquer coisa. De Odayr José a Caetano, via Bethoven, The Who, Led Zeppelin, Pato Fu, Milton Nascimento. Está tudo lá, disco por disco.
Para mim serve como referência. Ouço ali e decido os CDs que vou comprar, mas muita gente usa o Rdio e o Spotify como CD Players. Soma-se esse sistema a compra de downloads e as gravadoras no mundo inteiro estão no maior sufoco. As lojas? Os empresários tem que dar nó em querosene.

A internet tem sido implacável. Graças aos filmes distribuídos pela rede, o surgimento de TVs com acesso a Web, a evolução dos smartphones e dos tablets, a maioria dos consumidores está abandonando as locadoras de DVD. Estão preferindo pagar para receber os filmes via streaming.

Centenas de lojas fecharam as portas no Brasil nos últimos cinco anos, o que é lamentável. Algumas resistem bravamente e contam com o meu apoio já que, para mim, assistir filmes pela internet ainda é frio e com algumas falhas. Apesar de meu provedor de 15 mega de velocidade sofro com algumas travadas. Mais: gosto de manusear as caixas dos DVDs, ler mais sobre os diretores, atores, trilhas sonoras, enfim, informações que passam voando quando o filme chega pela Web.

Não acho que as locadoras vão ser totalmente dizimadas. Será? O que vai acontecer (na verdade já está acontecendo) é uma peneirada no mercado. Vão ficar aqueles que conseguirem reduzir bastante os custos de locação, trabalharem bem o marketing/divulgação (esse negócio de propaganda boca a boca já era) e manter o atendimento primoroso, o que os filmes on demand da internet não tem.






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