Hora de assistir ao surf movie “Tudo por um Sonho”
Jay Moriarity
Impressionante a euforia com o novo campeão
mundial de surfe, Gabriel Medina. Nas ruas, bares, padarias, praias, na mídia,
só se fala nele num momento em que o Brasil atravessa por uma necessária faxina
iniciada em 2005 com a denotação do escândalo do mensalão.
Pelo visto, o país ainda não apurou 50% da roubalheira da
Petrobrás cuja vergonheira não para (e nem deve parar!) de sair em todas as
mídias, em todos os horários, todos os dias. Vergonha, fúria, indignação. Esse
é o sentimento nacional neste momento.
Momento em que Gabriel Medina, sem patrocínio do governo
(ou de estatais), bancado por empresas privadas, voltou ao Havaí e ganhou o
campeonato mundial de surfe.
Medina deu uma levantada na nossa moral, depois que
passamos por aquele bilionário vexame da copa do Mundo de futebol e, mais
recentemente, o escândalo da roubalheira na Confederação Brasileira de Volei.
Nesse caso, a estatal assaltada, escolhida pelos quadrilheiros da CBV, foi o
Banco do Brasil.
A história de Gabriel Medina não se parece com a de outro
surfista, Jay Moriarity, californiano de Santa Cruz, mas nascido na Georgia
cuja vida foi muito bem contada no filme “Tudo por um sonho”. Dirigido por Curtis
Hanson e Michael Apted é um grande filme que assisti ano passado e que vale a
pena os leitores alugarem via Netflix da vida ou em locadoras de DVD.
O título original é “Chasing Mavericks” e é estrelado por
Gerard Butler, Jonnhy Weston e Elisabeth Shue. Eu estava rondando a locadora de
DVDs desde que li a respeito de “Tudo por um Sonho”. Quando assisti, fui pego
por uma agradável surpresa.
A história real do surfista Jay Moriarity ganhou um
roteiro magistral. Amor abissal, incompreensão crônica, afeto jogado no fundo
do mar, ondas gigantes conscientes, inconscientes e também em Mavericks, um dos
mais disputados points de surfe do mundo. Os desencontros entre os personagens
(repito, todos reais) na Califórnia ensolarada decifram o caos afetivo de todos
os envolvidos.
Para alguns, encarar uma onda de 20 metros de altura,
aquele paredão, é mais fácil do que tentar surfar os enigmas existenciais que
assombram a espécie desde que desceu das árvores e começou a andar de pé. No
caso de Jay Moriarity, pareceu mais simples descer uma onda gigante do que
procurar o pai, temendo a rejeição que ao lado da culpa são madrinhas da
maioria dos flagelos emocionais da humanidade.
No epicentro deste oceano de sentimentos torpes, confusos,
está o surfista (interpretado por Jonny Weston). Desde sempre transportando
conflitos de sua casa para o mar, como faz seu mestre Frosty Hesson (Gerard
Butler), também mal resolvido que vai encontrando em Jay um espelho para
resistir as ondas gigantes da vida.
O resultado é uma bela história de amor cercada de surfe
de qualidade por todos os lados, onde as diferenças entre medo e pânico,
saudade e desprezo, afeto e circunstância são abertas numa linguagem simples,
primitiva, sem intelectualismos. Vale conferir.
Por causa dessa onda do Gabriel Medina, vou assistir de
novo.
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