Mesmo burro, o Estado se mete onde não é chamado
Suécia, Dinamarca, Áustria são países onde o Estado faz
questão de não se meter na vida dos cidadãos. Os Estados Unidos também. Os democratas que pensam grande se comportam assim: quanto menos Estado
na vida das pessoas, melhor.
Desde 1.500, no Brasil o Estado não se satisfaz se
metendo na vida de todo mundo. Além de se intrometer, atrapalha. No caso de
Niterói, cidade onde AINDA moro, a
situação chega a ser bizarra. Hoje, por exemplo, fui ao centro da cidade e, na
volta, andei até a principal avenida da região (Amaral Peixoto) para pegar um
táxi. Chovia, o que é bom.
Na calçada do lado esquerdo da avenida, ninguém conseguia
chamar táxi algum porque a desprefeitura, em mais um surto de burrice
inespecífica, encheu a primeira pista da esquerda de “tachões”, gelos baianos
pós-modernos que cercam a mal parida ciclovia que atende...atende...atende a
ninguém, cara pálida! Fiquei ali embaixo das decadentes marquises daquela
avenida imunda esperando a bem vinda chuva aliviar (foram uns 25 minutos) e não
vi uma mísera bicicleta passar.
Como a chuva não diminuiu, andei até a rua da Conceição
onde, depois de fazer papel de palhaço chamando táxis lotados (você não vê
porque os vidros são pretos), consegui pegar um. Comentei sobre a lambança da
ciclovia (na verdade é ciclotacha) com o taxista que, indignado, disse com a
sabedoria de quem roda o dia todo pela cidade: “Nunca vi um ciclista usando
aquilo para ir trabalhar. Só uso recreativo. E são raras as bicicletas que
passam pois os ciclistas preferem andar do outro lado da avenida”.
Transito pesado. Perguntei sobre a irmã caçula da
lambança urbanística da Amaral Peixoto, a recém-inaugurada ciclotacha da
avenida Roberto Silveira. O taxista desabafou: “aquilo é uma vergonha. Vivem
trocando tachões porque os carros passam por cima. Vai morrer gente lá!”.
E tudo isso acontece numa cidade onde ruas e avenidas são
estreitas, as calçadas são tomadas pelos prédios, enfim, em vez de melhorar a
mobilidade urbana existente a desprefeitura prefere inventar outras.
Dá no que dá. Irritação generalizada.
Comentários
Postar um comentário
Opinião não é palavrão. A sua é fundamental para este blog.
A Comunicação é uma via de mão dupla.