Anderson Silva retorna ao moedor de carne
Dinheiro, muito dinheiro. O lutador Anderson Silva tenta
explicar o seu retorno ao moedor de carne, vulgo UFC, com outras desculpas, mas
todo mundo sabe que, ganhando ou perdendo, surrando ou surrado pelo outro primata,
o americano Nick Diaz, ele terá pelo menos mais um milhão de dólares limpos em
sua conta bancária. A volta do lutador será na madrugada deste sábado para
domingo, mas a TV não vai transmitir ao vivo.
Como se sabe, Anderson Silva quebrou a perna há um ano, quando
chutou de mal jeito um outro animal, Chris Weidman. Lembro do grito lancinante
do brasileiro, do sangue que jorrou, da histeria da torcida clamando por morte,
do orgasmo no locutor ao vivo, exatamente como a horda que ia ao coliseu romano
ver leão comer cristão, dois mil anos atrás.
Anderson Silva é um milionário, assim como todos os
campeões dessa boçal modalidade chamada MMA, ou UFC (não vou perder meu tempo
pesquisando prováveis diferenças entre as duas modalidades), e ganha a vida
dando e arrancando sangue nos octógonos, rinha de luxo sustentada pela
dinheirama das redes de TV, da indústria do álcool, do jogo e também da
publicidade “limpa” de uma maneira geral.
Esses bípedes podem continuar se destruindo à
vontade em frente a milhões de TVs porque sou contra qualquer tipo de censura. O que me incomoda, e muito,
é a divulgação maciça dessa barbárie pelos meios de comunicação, especialmente
no Brasil, país falso-moralista que proíbe, por exemplo, briga de galos. Ora,
podemos pegar o galo, matar o galo, por na panela e comer, mas não podemos
assistir os galos imitarem Anderson Silva. Por que?
O ser humano não está tão distante dos primatas assim. Eu
diria que nosso antepassado mais direto mora no octógono da esquina.
Afinal, a massa (pelo que observo) fica histérica e goza quando lutadores
arrancam vísceras nos ringues do planeta. Esquisita a espécie humana. Por um
lado torce para que todas as doenças tenham cura e, por outro, alimenta a morte
apostando em MMA/UFC, roleta russa (aquela do revólver na cabeça com uma bala
só) e na Coréia do Norte paga ingresso para assistir a fuzilamento de
condenados.
As crianças não entendem nada. Na falta de explicação,
vendo seus pais urrarem de luxúria assistindo na TV homens suados sangrando e
quase matando outros homens, num ringue de luxo acabam achando que é
tudo normal. E é aí que mora o perigo.
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