Quem os fanáticos pensam que são? O massacre de Paris e a boçalidade do Estado Islâmico.
Post
publicado pela revista Charlie Hebdo no Twitter, pouco antes do
ataque terrorista desta quarta-feira em Paris, foi uma charge satirizando o
chefe do grupo terrorista Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. O desenho traz
“bons votos” ao jihadista, e diz: "E especialmente, boa saúde".
Estado Islâmico: terror 1
Terror 2
Terror 3
Revolta mundial por causa do covarde massacre de
jornalistas da revista francesa “Charlie Hebdo”. Os assassinos são três marginais (um se entregou a polícia) supostamente
ligados ao grupo terrorista Estado Islâmico, vulgo EI. Já identificados, os outros dois deverão ser
presos nas próximas horas.
A liberdade de expressão, um direito universal que parte
do mundo adquiriu com muita luta e sangue, não vai virar refém de fanáticos. De
qualquer facção, religião, grupo. O mundo livre derrubou o horror da Inquisição
da Igreja Católica, do nazismo, do fascismo, luta contra o racismo e desde o
final do século passado está diante dessa epidemia de neofanatismo que assola
vários pontos do planeta.
Ouvi gente achando “que é um perigo provocarem o Islã”.
Ora, o que é isso? Quem os fanáticos pensam que são para determinarem o que a
mídia deve ou não publicar, o que devemos ou não fazer? Se eles acham que estão
abaixo do bem e do mal o mundo não vai pagar essa conta. Mas não vai mesmo. Ou
eles acham que a Terra é o planeta do arrego crônico?
Desde sempre o ser humano busca a liberdade, ou pelo
menos uma pista dela. Muitas vezes é mal interpretado nessa busca mas não vai
ser por causa de covardes execuções, decapitações de inocentes, homens-bomba,
ataques suicidas e patológicos que vai desistir de abrir todas as portas
possíveis e imagináveis que o levam a libertação.
Dizem os filósofos que o
homem só se sente completo quando percebe a brisa da libertação. E essa brisa
se manifesta, muitas vezes, em pequenos gestos, atitudes, fatos, como, por
exemplo, publicar uma piadas e charges em revistas como a “Charlie Hebdo”, cujo
perfil é parecido com o nosso guerreiro Pasquim nos anos 1960 e 70.
Antes de escrever esse texto, li num site de notícias que
“a polícia francesa já tem pistas para prender os assassinos”. O mundo espera
que os três sejam enjaulados e julgados com rigor já que, infelizmente, eles
representam o jeito de pensar (e existir) de milhares de outros. Render-se as
normas psicopatas do fanatismo seria jogar pérolas aos porcos.
Que venham mais
charges, mais revistas, mais “Charlie Hebdo” para que o fanatismo
entenda, de uma vez por todas, que uma vez conquistada a liberdade custa muito
caro. Muito mais caro do que cabeças rolando num cesto medieval.
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