A morte temporária da Cultura

 
Por favor:

- Se der, não peça o dinheiro do ingresso de volta. Adie.

- Compre tudo o que puder nos comércios locais. Ajude a economia do seu bairro.

- Ligue para as pessoas. Pergunte como estão nesse momento de solidão coletiva. Evite mensagens escritas de whatsapp. Nada substitui o calor da conversa.

- Para evitar overdose de informações, leia um bom livro. Ou, pegue um na sua estante e releia. Acesse o You Tube e assista a um filme de graça. Se preferir, pague (não é caro) e assista qualquer um lá mesmo.

- Dou dicas do que ver, ler e ouvir na internet em minha coluna na Rádio Bandnews FM. Para ouvir, clique aqui: http://bandnewsfmrio.com.br/colunistas-detalhes/luiz-antonio-mello

- Sorte & Saúde para todos!                
                                            ####
Atividade essencial desde o parto da civilização, a Cultura teve temporária mundial por causa do coronavirus.

No Brasil, toda a produção de cinema, teatro, teledramaturgia, música, enfim, todas as artes estão provisoriamente paradas. O sofrimento de quem sobrevive dessa atividade temporária é agudo, com o cancelamento/adiamento de todos os eventos e produções. O dinheiro não entra. Nem das bilheterias, nem de patrocinadores, enfim, não há dinheiro algum.

O que o governo federal fez até agora foi autorizar as produtoras a não devolverem o dinheiro do ingresso de eventos cancelados por um ano. Só. Menos mal. O paranoico governo federal acha que Cultura é um bem nefasto que serve a comunistas, maconheiros e vagabundos. Os ainda presidentes Carlos, Flávio, Eduardo e Jair Bolsonaro devem estar comemorando essa tragédia, e como só leem manuais de armas, não sabem, que:

Antes da treva, o essencial setor cultural ocupava mais de cinco milhões de pessoas, entre formais e informais, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), representando 5,7% do total de ocupados no Brasil.

As pesquisas estruturais econômicas, que são feitas com base em uma amostra de empresas dentro de um universo menor que o do Cadastro Central de Empresas, estimaram que havia, em 2017, 223.400 empresas associadas, direta ou indiretamente, ao setor cultural. Ocuparam 1,7 milhão de pessoas formais e geraram uma receita líquida de aproximadamente 539 bilhões de reais.

No Brasil, o audiovisual é um capítulo à parte na economia da cultura. Só esse setor corresponde a entre 0,5% e 1,5% do PIB brasileiro —quer dizer, quase metade do PIB cultural—, de acordo com os dados da Firjan e da Secretaria da Economia Criativa. Em 2018, o cinema nacional lançou o número recorde de 185 títulos (o maior da série histórica 2009-2018), que venderam mais de 24 milhões de ingressos, o que representou uma participação de público de quase 15% do total, de acordo com o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual.

Até a chegada dos Bolsonaros grande parte do volume de eventos no Brasil está alocado no setor privado, o que acaba contribuindo para o PIB nacional. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Eventos (Abeoc), o setor privado teve crescimento médio de 14%, o que representa mais de R$ 200 bilhões. Dinheiro esse arrecadado de palestras motivacionais, encontros, shows, festivais, cinema, games entre outros.

Ou seja, essa máquina gigantesca tem que voltar a funcionar. Logo.


Comentários

Postagens mais visitadas