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Mostrando postagens de outubro, 2017

O drama do disco de vinil

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                                 Disco de vinil surrado. Clec clec clec                                         Outras utilidades Ano passado publiquei aqui o artigo "Porque detesto disco de vinil, aquele porco redondo" contando o que me fez romper com esse tipo de mídia. Várias pessoas se manifestaram contra mim, a maioria equivocadamente. Para começar publicaram mensagens anônimas ali nos Comentários o que me impediu de publicá-las. Muitos fizeram comparações entre a qualidade do som dos discos de vinil em relação ao CD tema que não foi incluído em meu artigo. As questões que levantei são referentes a arranhões, estalos, complicações operacionais, aqueles incidentes que fazem o braço do toca discos correr sobre o disco e vrrrummmmm. Em emissoras de rádio foi um grande vilão, safa...

Janis: 47 aos sem a rainha do blues rock

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No último dia 4 de outubro foi o 47º. Aniversário da morte de Janis Joplin que, sinceramente, dispensa comentários. Em fevereiro do fatídico ano de 1970 ela fugiu para o Rio, onde passou o carnaval. Fugiu porque queria ficar longe da heroína. Naquela época não havia heroína por aqui e muito menos fuzis, guerra civil e outros ingredientes caóticos que exibem uma nação em ruína para o resto do mundo. Ela veio, bebeu muito conhaque e cachaça, tomou LSD, anfetaminas, fumou de tudo, mas heroína não havia. Só que oito meses depois, em Hollywood (Califórnia) ela injetou uma overdose num quarto de hotel onde foi encontrada caída no chão. Morta. O melhor filme sobre ela, de 2015, está na Netflix. Chama-se “Janis: Little Girl Blue" extremamente bem feito por Amy Berg. Aqui, algumas fotos em homenagem a maior cantora de blues rock da história                      1970. Carnaval no Rio. Atrás, com a mão no ouvido, Big Bo...

Blogueiro é o cacete!

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                                                                              Pura verdade Enfurecido, andei recebendo e-mails onde fui xingado de “Caro blogueiro” ou coisa parecida. Um colega que encontrei, também indignado com a ofensa, resumiu: “Estou na trincheira das letras tórridas há mais de 40 anos, ralei nas ostras estudando Comunicação quatro anos e vem esses vagabundos me chamarem de blogueiro. Blogueiro é o cacete! (ele não disse cacete, mas não gosto de escrever palavrões). Sou jornalista, ainda com muito orgulho.” Estou nas redações da vida desde o início dos anos 1970 (comecei com 15 anos), fiz curso superior, iniciei quatro pós-graduações que tive que abandonar por falta de tempo (trabalhava ou estudava) e, essa não, chegar agora e ouvir que sou um skatista das letras, ...

Adão e Ivo

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Brejeiro é médico. Obstetra. Finalmente fora absolvido num processo complicado. Ao fazer um parto natural em um elegantíssimo hospital da Zona Sul do Rio, como de praxe ergueu o bebê e anunciou “é um menino”. No centro cirúrgico, além da equipe, o pai da criança que, como toda a família, estava gravemente infectado pelo vírus do Politicamente Correto, uma das pestes mais promíscuas da história contemporânea. Indignado, quase rubro de ódio, o pai falou alto no centro cirúrgico. - Doutor Brejeiro, o senhor não pode condenar meu filho ao sexo masculino. Ele vai decidir o seu gênero ao longo da vida. Ao erguê-lo como troféu e decretar “é um menino” o senhor ignora os mais básicos princípios básicos que norteiam o Politicamente Correto, a nossa sina, a nossa vida. Brejeiro não se desculpou. Delicadamente entregou o bebê a uma enfermeira e se retirou. Enquanto se preparava para ir para casa, o médico lembrou que fatos estranhos já haviam acontecido dias antes, quando receb...

Sobra de tecnologia, falta de consideração

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Jamais a civilização teve tantos meios de comunicação disponíveis. Até “ontem” (1990) quem quisesse enviar uma mensagem confidencial escrita tinha que pegar papel, caneta, escrever, por no envelope, ir até a agência do correio, postar e esperar dias até que o destinatário recebesse. Uma carta do Rio para a Europa demorava de 10 dias a 15 para chegar. Em 1990 já havia fax, o pager (vulgo teletrim) que, em sua época, foram muito importantes. Em 1983, nos Estados Unidos, quem pagasse 20 mil dólares conseguia um telefone celular. Hoje reina a fartura tecnológica. No mundo há 6 bilhões de linhas de celular, outros bilhões de usuários da internet. Os preços desabaram, o acesso continua cada vez mais fácil e a quantidade de aplicativos e programas impressiona. E-mail, SMS, Whatsapp, Skype, etc. etc. etc. muitos de graça. Ótimo. E a contrapartida? Se a civilização nunca viu tanta fatura tecnológica em prol da sua comunicação, por outro lado a falta de consideração/educação parece im...

Eles adoram inundações e outras tragédias

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Assim como existe a temporada dos tufões e furacões, terremotos e nevascas em outros países, o flagelo dos países tropicais é representado pelas tempestades de verão. Reconhecer essas manifestações naturais é o primeiro passo para amenizar suas consequências. Japão, Estados Unidos e outros países assolados por terremotos desenvolveram tecnologias que tornam as cidades mais resistentes. No Brasil, o que mais interessa aos políticos é nada fazer porque quando a chuva cai pesado e as encostas desabam, rios canais, vias transbordam, pessoas morrem, eles decretam calamidade pública. Significa que podem embolsar dinheiro a vontade porque não é preciso fazer licitação, vira o maior bundalelê. Quanto mais mortos, mais grana, mais gargalhadas. Tempos atrás, o Globo informa que 91 dos 92 municípios do Estado do Rio (praticamente 100%) tem pelo menos 20 pontos com risco de desabamentos com as chuvas de verão. Segundo Nancy Dutra da Folha de S. Paulo (edição de fevereiro de 2011...

"Decepcionistas"

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As recepcionistas de salas de espera são espécie em extinção. Nos anos 1980, década de recessão aguda e hiperinflação que culminou com a eleição de Collor, tentaram substituí-las pelas secretárias eletrônicas. Não deu certo. Hoje, segunda década do século 21, assistimos a proliferação das “decepcionistas”, que assombram muitas e muitas salas de espera pelo país. Aliás, por que muitas salas de espera são insuportavelmente quentes, desconfortáveis, feias, com verdadeiras arquibancadas portáteis onde as vítimas aguardam para ser atendidas? Pior, com aparelhos de TV que parecem ter saído do lixo e canais escolhidos pelas "decepcionistas"? Sala de espera é cartão de visitas, é outdoor. Em geral, as “decepcionistas” são grossas, carrancudas e amargas, desde o instante em que ligamos para um profissional (de qualquer área) para marcar um encontro/reunião/consulta até o momento em que damos de cara com a medusa em questão. Um dia antes, de má vontade, el...

Brasil, o seu tempo acabou

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Brasil, não tenho mais tempo. O meu tempo passa cada vez mais veloz entre os ponteiros de segundos. Meus impostos, taxas, tarifas, contribuições, óbulos, encargos, ônus estão rigorosamente em dia, bem como todas (TODAS) as minhas obrigações morais e cívicas para contigo. Mame à vontade, Brasil. O sangue é teu. Brasil, o meu tempo voa e não pode se dar ao luxo de contemplar o seu, lento, redundante, atolado, preguiçoso, corrupto, venal. Meu tempo é para o trabalho, para a saúde, para o amor, já que não tive tempo de pular fora antes. Se fosse antes, estaria longe, em outro lugar, sorvendo outros tempos. Mas você não me deu tempo, Brasil. Tive que ficar. Brasil, nas ruas há sempre carnavais, micaretas, grevistas vagabundos sustentados por nós. Hoje haverá mais, no interior e nas capitais, mas não irei ver porque não quero. Não quero e não tenho tempo. Tenho muito trabalho a fazer, apesar de você, tenho muita história para contar, apesar de você,...

Pessimismo e otimismo

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As redes socais, cada vez mais anti sociais, estão muito mal humoradas e pessimistas. Claro que os tempos estão instáveis, mas se todo mundo, em todos os tempos, fosse pessimista 24 horas por dia ninguém teria nascido. A começar por nós. O pessimismo crônico, assim como o mau humor, em geral são sintomas clássicos (eu diria óbvios) de depressão e ansiedade aguda que, de cara, levam diretamente a inapetência existencial. Não é normal ser pessimista o tempo todo. Não é normal ser otimista o tempo todo. A leve e harmônica oscilação de humor rege a saúde do nosso sistema nervoso, ensina a boa medicina. Os negativistas, vulgo urubus, tem no pessimismo o início, o fim e o meio. O lema deles é o famigerado “nada será como antes” (cusp! saudosismo) e reclamar de tudo é a base. Reclamam do calor, do frio, da chuva, da falta de chuva, do trabalho, da falta de trabalho, do amor, do desamor, do céu, do inferno sem perceber sua palpável infelicidade. S...

Stanley Clarke, o homem que transforma contrabaixo em guitarra

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Stanley Clarke é um monstro sagrado, o melhor baixista em atividade no planeta. Assisti duas vezes, primeira fila e saí desnorteado. Toca jazz tradicional com o chamado “baixo de pau” (baixo acústico), rock, música fusion, R&B e sua impressionante agilidade e precisão transformam o contrabaixo principal em guitarra solo. Ouça nessas duas músicas. Ele toca o baixo agudo que sola e outros três que fazem médios, graves, base etc.  É inacreditável mas o instrumento que sola é um baixo Alembic modelo Stanley Clarke (é mole?) de quatro cordas. Com saudade, há uma semana ouço as duas, emendadas (no álbum são emendadas), direto: Clarke nasceu em 1951 na Filadélfia. Aprendeu a tocar baixo por acidente no colégio, quando chegou atrasado no dia em que seriam distribuídos instrumentos musicais para o aprendizado dos alunos, e o único que sobrou foi o baixo acústico. Em 1971, mudou-se para Nova York onde começou a trabalhar com muitos músicos famosos como ...

"O Formidável", um grande filme, desnuda o genial Jean - Luc Godard em sua guinada de 1967

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O diretor Michel Hazanavicius Fui a Sessão de Gala do filme “O Formidável”, com a presença do diretor Michel Hazanavicius, no Reserva Cultural de Niterói que participa do Festival do Rio. Depois da sessão ele conversou com a plateia que super lotou a sala de exibição. “O Formidável” é um filme brilhante, instigante, extremamente bem produzido (destaque para a direção de arte e fotografia) e dirigido. Para quem gosta de cinema é absolutamente imperdível. Ganhador do Oscar de melhor diretor por “O Artista”, em 2012, Hazanacicius mais uma vez fez um grande filme. É protagonizado por Louis Garrel e mostra um recorte da biografia do grande diretor Jean-Luc Godard em 1967, baseada no livro de sua ex-mulher e musa Anne Wiazemsky (vivida por Stacy Martin), que, por sinal, morreu no último dia 5, aos 70 anos. “O Formidável” recria o período entre 1967 e 1970 no qual Godard lança seu tratado político mais feroz nas telas, o longa “A Chinesa”, e ...

Pimenta no lombo dos outros é Fanta Uva

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Quando chega outubro a inclemência acende o maçarico anunciando o apogeu da primavera que traz no bojo o bafo quente na nuca, cupins de lâmpada, tanajuras, o canto deprimente das cigarras, arrastões nas praias. Para alegria do governo e seus comparsas (empresas de energia elétrica) é hora de bandeira vermelha na conta de luz, mais uma realização do governo Dilma. É nessa soleira que boa parte dos brasileiros em sua crônica bovinização contemplativa liga ventilador e ar condicionado para conseguir dormir, viver e morrer numa grana quando a conta de luz chegar. Estou escrevendo num ônibus com ar condicionado que cruza boa parte de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde o trânsito começa a se transformar na lenta lacraia do final do dia. O motorista mantém a temperatura em 20 graus (que delicia) apesar de alguns passageiros (masoquistas) pedirem mais calor. “Não posso, são ordens da empresa” e como hoje acordei meio enviesado me meti na conversa e acrescentei “a temperatura está...

Santa infância

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                                                                           Nove anos                                                                                                                           Com Catherine, praia de Itaipu, 2005 Muita gente postando fotos dos tempos de criança no Facebook em homenagem a 12 de outubro. Não sei explicar (será que não sei?), mas não conseguia me mobilizar, correr atrás de fotos minhas quando era pequeno para colocar lá também. Mas hoje decidi p...