O avanço da máfia do fundamentalismo religioso no Brasil

12 de outubro de 1995
12 de outubro de 1995
A máfia do fundamentalismo religioso, que se diz evangélico, tomou conta de todas as mídias. Incontáveis emissoras de rádios e TVs alugadas para igrejas que vendem milagres e arrastam a massa para o beija mão de seus políticos. Máfia tão poderosa que passa por cima da lei.

Concessões de canais de rádios e TVs não podem ser alugadas, mas a farra tomou conta. O aluguel de uma FM custa, para o dono da concessão (Rio e São Paulo) algo em torno de 500 mil reais por mês. O proprietário não gasta nada, não contrata ninguém, ele apenas aluga uma concessão pública e ouve o tilintar da grana caindo em sua conta bancária todo mês. Algo como se alguém alugasse praças, túneis, viadutos para terceiros.

Daria para acabar com a baderna, mas o Congresso Nacional também come na mão dos bispos com b minúsculo e similares, e a chamada “bancada evangélica” não para de crescer e avançar com uma absurda e desmedida fome de poder. Não há ética, não há fé genuína, não há honestidade. Há negociata, jogatina, tráfico de influência. As igrejas sérias (claro que elas existem e são muitas) acabam pagando uma conta que não é delas.

Uma amostra do poder dessa máfia foi a eleição de vários prefeitos em dezenas de cidades brasileiras, culminando com o escárnio que foi a vitória do bispo licenciado da igreja universal, Marcelo Crivella, que assumiu a Prefeitura do Rio. Um fenômeno que mostra o poder da universal, que reúne milhões de fies que são comandados pela bisparada como manada de descerebrados.

É impressionante a capacidade de organização da máfia do fundamentalismo religioso, em especial da igreja universal. A empresa aluga vários canais de TV e rádio com programas que fazem lavagem cerebral dia e a noite, além de ser dona da poderosa rede Record. A catequese do mal chega em todos os confins do país através de pastores que além do dízimo cobram votos.

Essa malta não quer pouco. Quer fabricar um presidente da república já que para eles o céu, além de não ser o limite, é a principal mercadoria do comércio. Adestrando pessoas, uma massa incalculável, fazem campanhas eleitorais em seus cultos visando apenas seus intere$$ses. Claro, o governo do Estado do Rio é o próximo golpe já que a eleição de Crivella abriu o caminho para a tigrada entrar.

Qual será o limite?

                                                                               

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