400 inúteis cavalos


Vi um Ford Mustang GT vermelho (obra de arte), capaz de despejar 466 cavalos de potência, chegando a 279 km/h que custa R$ 320 mil. Ele rastejava no para e anda de uma rua, para entrar no para e anda de uma avenida mais a frente. Seu motor V8 5.0 bebe 2,5 km/litro de gasolina nessas condições.

Fiquei me perguntando para que. Os governos descobriram nos radares de velocidade (vulgo pardais) uma boa fonte de grana. Usam como desculpa a preocupação com a segurança dos cidadãos, que todos nós sabemos que é puro deboche. Qualquer cidade vagabunda instala seus pardais em trechos de rodovias que passam por seus limites, alguns limitando em 40 km/h, em geral mal sinalizados e mais à frente a velocidade cai para 30 km/h. De propósito, para faturar.

Para piorar, a maioria das estradas está esburacada, mal sinalizada, pedestres, cavalos, jegues não tem como atravessar e o trânsito parece um rolo compressor passando sobre vidas a todo instante.

Por que ter um carro de 100 cavalos se nem metade da potência do motor pode ser usada? Exemplo: um Fiat Palio 1.6 tem 117 cv de potência e a 80 por hora está muito longe da velocidade de cruzeiro. Um Renault Sandero 1.6 tem 106 cv enquanto um Toyota Corolla 2.0 tem 154 e um Honda Civic, 155.

Todos eles bebem muito nos congestionamentos crônicos das cidades brasileiras e a pergunta que fica é “vale a pena investir?”. O Brasil merece? Ou tornou-se, definitivamente, a terra do motor mil, vulgo 1.0?

Um exemplo de que o consumismo tem, literalmente, limites no terceiro mundo.


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